quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Daguerreotipia se difunde pondo medo nos pintores!

Através do amigo Arago, que era então membro da Câmara de Deputados da França, Daguerre, em 1839, na Academia de Ciências e Belas Artes, descreve minuciosamente seu processo ao mundo em troca de uma pensão estatal. Mas dias antes, por intermédio de um agente, Daguerre requer a patente de seu invento na Inglaterra.
Rapidamente, os grandes centros urbanos da época ficaram repletos de daguerreótipos, a ponto de vários pintores figurativos como Dellaroche, exclamarem com desespero: "a pintura morreu"!
Como sabemos, foi nessa efervescência cultural que foi gerado o Impressionismo.
Uma das características do impressionismo é ser uma pintura instantânea (captar o momento). Os efeitos ópticos descobertos pela pesquisa fotográfica, sobre a composição de cores e a formação de imagens na retina do observador, influenciaram profundamente as técnicas de pintura dos Impressionistas. Eles não mais misturavam as tintas na tela, a fim de obter diferentes cores, mas utilizavam  pinceladas de cores puras que colocadas uma ao lado da outra, são misturadas pelos olhos do observador, durante o processo de formação da imagem.
A descoberta da fotografia, anunciada em 07 jan. 1839 por Louis Daguerre na Academia de Ciências de Paris, mudou os rumos da pintura. A pintura da época precisou reinventar-se para não competir com a fotografia. O novo suporte conseguia realizar as imagens mais próximas da realidade, e então os pintores passaram a investigar outras maneiras de usar a pintura.
Em 1874, no ateliê do fotógrafo Maurice Nadar, uma exposição de jovens pintores apresentou uma nova forma de expressar a realidade por meio da exploração da representação da luz. Monet, Manet, Renoir, Sisley, Degas e Pissarro participaram dessa mostra inaugural do chamado movimento impressionista.
A fotografia apresentava um instante, e a pintura impressionista buscava a síntese do movimento. A representação da incidência da luz era a técnica usada pelo conjunto desses artistas, motivo pelo qual o impressionismo foi apelidado como ´arte da sensação rápida´.
O grupo apresentou divergências entre seus membros, e Edgar Degas (1834 – 1917) foi um dos mais originais. Numa série sobre bailarinas, Degas construiu suas imagens com um olhar fotográfico, mas retratou situações em trânsito, de maneira casual, como se captadas de surpresa, pois sua investigação concentrava-se no estudo do movimento. O movimento, o uso da cor e a incidência da luz foram suas principais marcas. Seu olhar é como de uma câmara fotográfica, porém ele congela e reproduz o movimento das figuras com grande apuro. Não é à toa o seu interesse pela arte fotográfica. Artista de ateliê, ele retratou pessoas comuns, como cantores de cabaré, passadeiras, freqüentadores de bares e bordéis (Folha de S. Paulo, São Paulo, 16 maio 2006, p. E1).
No Jardim das ´Tuileries´, em Paris, Claude Monet fez suas experiências com formas e cores e literalmente inspirou o nascimento do movimento impressionista (`O caderno de viagens de o código de Da Vinci´. Rio de Janeiro: Sextante, 2006).


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